Por sua vez, o PNSE, através de Rafael Neiva, defendia estar "a seguir os trâmites legais. Estas coisas não podem ser feitas de um dia para o outro". Durante o dia de ontem as duas partes chegaram a um acordo e finalmente fumaram o cachimbo da paz. Segundo Artur Costa Pais, da Turistrela, "o projecto vai mesmo para a frente, pois o PNSE finalmente entendeu que é estruturante para a região".
A mesma opinião é partilhada por Jorge Patrão, presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), que recorda "as dificuldades que a RTSE tem tido ao longo dos anos com os técnicos do PNSE em avaliar certas situações no que diz respeito ao meio ambiente. Fico satisfeito com o acordo porque aquela zona tem que evoluir e modernizar-se pois o material existente na sua maioria está obsoleto".
Actualmente, a estância de esqui da Serra da Estrela conta com 6,2 quilómetros de pistas, quatro telesquis e um telecadeira de quatro lugares que garantem uma circulação máxima de três mil e 700 pessoas por hora. A Turistrela não está satisfeita com este cenário e tem projectada a modernização da estância em vários aspectos que passam por dispor já no próximo Inverno de 15 pistas esquiáveis (mais dez que as actuais), com 15 quilómetros de extensão.A primeira fase de ampliação, que deverá estar pronta no final de 2007, tem como objectivo triplicar o perímetro das cinco pistas, o que permitirá obter mais nove quilómetros de extensão. O projecto, já foi entregue ao Instituto de Turismo de Portugal, ao PNSE e à autarquia de Seia.
A segunda fase de ampliação da estância tem prevista uma expansão para a zona de Alvoco da Serra e Loriga. Este alargamento permitirá criar mais 18 pistas, cobertas com canhões de neve, aumentando a área esquiável para 35 quilómetros dentro de quatro ou cinco anos.
Um projecto superior a quatro milhões de euros que estará interligado com as três telecabinas previstas para a ligação entre a Torre-Piornos, Torre-Lagoa Comprida e Torre-Alvoco da Serra e que permitirá descongestionar o trânsito nas vias de acesso ao maciço central.
Hotéis esgotados
Embora o arranque da temporada na Estância de Esqui não tenha sido dos melhores, sem neve natural suficiente para garantir os 30 a 40 centímetros de espessura necessária à prática da modalidade, a empresa gestora accionou nos primeiros dias os 46 canhões de produção de neve artificial. Com a passagem de ano à porta, os hotéis e chalés de montanha da Turistrela já estão esgotados. Segundo fontes ligadas à empresa "nunca tinha acontecido chegar ao dia 15 de Novembro, com os preços muito mais altos e esgotar todas as camas existentes".